17 de novembro de 2016

Movimento #OcupaUnifap Dá Exemplo de Combatividade e Mantém Ocupação na Reitoria


Estudantes de base de vários cursos da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) mantêm a ocupação no prédio da reitoria há vários dias contra os ataques do governo de Michel Temer (PMDB), sobretudo contra a PEC (Proposta de Emenda Constitucional) 55, antiga PEC 241 que, na prática, congela investimentos em políticas sociais como saúde e educação por pelo menos 20 anos.
O movimento #OcupaUnifap tem sido o pilar de resistência dos estudantes do Amapá contra as reformas do governo federal que inicialmente atingiam o ensino médio e acabaram por gerar uma verdadeira onda de ocupações de escolas públicas pelo movimento secundarista no país inteiro, começando pelo Paraná, e agora segue com ocupações em institutos, universidades públicas e até mesmo particulares pelo movimento estudantil combativo de base.
Os estudantes lutam contra o governo federal que tem implementado incontáveis medidas que atingem diretamente a educação pública como direito através de reiterados cortes de orçamento, assim como por meio de projetos de lei como a PL 257, que trata da questão das dívidas de estados e municípios, penalizando de maneira devastadora os direitos dos servidores públicos e também a PEC 55, antiga PEC 241, que a logo prazo elimina investimentos em saúde e educação, escancarando o caminho para a entrega dessas esferas públicas para os capitalistas via processo de privatização.
O movimento de ocupação da UNIFAP, concentrado na reitoria, tem enfrentado a resistência da camarilha universitária, composta de docentes e técnicos administrativos ultrarreacionários, e da burocracia estudantil que aparelhou o Diretório Central dos Estudantes (DCE) e os Centros Acadêmicos (CAs), hoje concentrados nas mãos de elementos direitistas que não escodem seu conchavo com a reitoria e ainda contam a conivência e capitulação total da ultra-oportunista esquerda pequeno-burguesa, representada pelos morenistas do PSTU e do PSOL, além de outras legendas de “luta” sabidamente sectárias.
Há de ser lembrado que a burocracia estudantil da UNIFAP se viu superada pelo movimento independente de vanguarda dos estudantes que ocupam a reitoria, tratando de promover uma intensa campanha de calúnias e difamações em toda a universidade, numa tentativa desesperada e oportunista de tomar a frente do movimento de ocupação da UNIFAP e, portanto, requer para si o protagonismo da luta às custas da desmoralização e consequente deslegitimação do movimento #OcupaUnifap.
Não porventura, uma assembleia de estudantes realizada curiosamente ao lado da reitoria foi construída artificialmente por golpistas infiltrados no movimento estudantil que pretendiam atacar a legitimidade da ocupação na reitoria para acabar com esse movimento. Todavia, a intentona oportunista foi desmascarada pela base massiva dos estudantes que denunciaram a referida manobra, reafirmando acertadamente a legitimidade da ocupação de vanguarda na reitoria.
A ocupação na UNIFAP é, na verdade, um desdobramento da luta política nacional dos estudantes contra as reformas do governo federal pautadas no plano de ajustes fiscais que pretende impor ao conjunto da classe trabalhadora, aos movimentos populares e ao povo pobre como um todo, o inteiro pagamento da conta da crise do modo de produção capitalista que se agravou a partir do colapso neoliberal de 2008 e que está levando os grandes monopólios à mais completa bancarrota.
Dessa forma, é preciso ter em mente que a vitória das ocupações está condicionada à luta contra o golpe promovido pelos grandes monopólios e não apenas a uma consequência do golpe, isto é, a luta isolada contra as PECs que, não apenas podem como efetivamente serão substituídas por projetos e leis ainda piores, caso o governo golpista se mantenha no poder, já que seu objetivo é a aplicação de uma nova onda neoliberal que leve os trabalhadores à lona de uma vez por todas. Portanto, é preciso ampliar e intensificar ainda mais as ocupações no Amapá e no restante do país por meio da luta implacável contra o golpe como via para escorraçar definitivamente a direita e os golpistas que agem descaradamente sob a direção do imperialismo norte-americano.