Ocorreu na tarde desta sexta-feira (10) a quinta edição amapaense da Marcha das Vadias, reunindo um número expressivo de mulheres que denunciaram com vigor o machismo e cultura do estupro alimentada, sobretudo, pelos setores mais reacionários da sociedade.
O bem sucedido ato teve como ponto de concentração a Praça da Bandeira, no centro de Macapá, iniciando por volta das 16h00 e teve como tema a cultura do estupro em razão de fatos recentes sobre o tema que ganharam bastante repercussão, tal como o de uma jovem do estado do Rio de Janeiro que foi violentada por 30 homens e que foi usado de maneira oportunista pelo monopólio da imprensa como mote para pseudo-debates de cunho notadamente moral, fundamentalistas e preconceituosos que, na prática, não apenas responsabilizam a vítima já traumatizada pela violência, mas a criminalizam efetivamente na prática.
Não por acaso, as militantes e manifestantes em geral do movimento denunciaram com cartazes e palavras de ordem a política ultraconservadora propagandeada pela imprensa monopolizada e por setores sabidamente contrários aos direitos das mulheres, tal como os grupos fundamentalistas que possuem grande representatividade no Congresso Nacional e têm em figuras da extrema direita como Jair Bolsonaro, um dos elementos que atua no sentido não apenas de restringir, mas de cassar os resquícios de direitos democráticos das mulheres, deixando claro sempre que pode sua defesa machista e criminosa da cultura do estupro.
Diante dessa luta, o ato também teve a presença de homens que apoiam incondicionalmente o movimento, construindo a luta das mulheres não apenas contra o machismo e a cultura do estupro, mas contra todas as formas de opressões que atingem diretamente mulheres de todas as idades diariamente sem que estas tenham o direito à defesa das suas bandeiras de luta na grande mídia. No entanto, hoje constroem através desse ato uma verdadeira frente de denúncia, de defesa de direitos das mulheres, de resistência e, acima de tudo, de luta do movimento no Amapá.
Há de ter sempre em conta que o ato é de relevância política inquestionável na luta e defesa dos direitos das mulheres, mas que de maneira alguma deve estar desatrelado da luta de classes, isto é, da luta da classe trabalhadora contra a burguesia, já que a exemplo das lutas de outros segmentos oprimidos como os negros, os homossexuais e as mulheres, ambos os membros mais oprimidos e explorados da classe trabalhadora, a luta das mulheres e as opressões a que são submetidas são resultado direto não de concepções e comportamentos abstratos sustentados em questões éticas ou morais isoladas em contexto micro, mas em fatores concretos e objetivos de ordem econômica, política, ideológica e cultural num contexto macro impostas pela burguesia por meio do modo de produção capitalista, de modo que a luta pela emancipação da mulher em todos os planos sociais passa inequivocamente pela inegável luta de classes, ou seja, pela derrubada da burguesia e a construção de um novo modo produção baseado num programa político proletário no qual as reivindicações e direitos históricos das mulheres são prioridades inadiáveis da classe trabalhadora.
Desse modo, é necessário cada vez mais impulsionar no Amapá e no restante do Brasil em caráter permanente a luta política e organizada através dos atos e mobilizações pela emancipação e em defesa dos direitos da mulher, o que, sem dúvida, é parte componente importante da luta geral da classe trabalhadora contra o jugo de opressões cuja fonte principal é o modo de produção capitalista que tem na exploração homem pelo homem e da opressão deste originada a partir dessa relação dele com esse sistema, a mola propulsora da submissão de ambos, principalmente da mulher à classe dominante ultraconservadora representada pela burguesia.
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