O Comando Unificado de Greve e Ocupação formado por docentes, técnicos administrativos e estudantes da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) realizará na próxima segunda-feira (19) um dia inteiro de atividades de luta e resistência contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 55, antiga PEC 241, contra a reforma do Ensino Médio, bem como contra todas as medidas anti-trabalhadoras do governo de Michel Temer (PMDB).
As atividades ocorrerão no Centro de Vivências da Unifap a partir das 08h00 e são compostas debates, reuniões, rodas de conversa, e assembleia geral dos docentes que têm mantido a resistência mesmo diante de uma forte campanha de boicote de setores burocráticos ligados aos interesses da reitoria, sobretudo os antidemocráticos colegiados dos cursos de graduação, tradicionalmente repletos de fura-greves que não reconhecem as deliberações legítimas das assembleias das categorias em greve, promovendo reuniões para fins de manobra às mobilizações sem qualquer apoio das bases para solapar a luta de docentes, estudantes e técnicos administrativos.
Embora as greves ainda continuem nas universidades, já há orientação da Associação Nacional dos Docentes do Ensino Superior (ANDES-SN), filiado à CSP-Conlutas (central atrelada à política do PSTU) para saída unificada da greve nacional da categoria sob a base de que não há um golpe e que, portanto, o grave erro da luta isolada contra a chamada PEC do “teto” seria um acerto num claro contexto de golpe de Estado. Na verdade, a saída da greve é justificada pela direção do Comando Nacional em virtude da “perda” do “objeto de contestação”, isto é, a aprovação da PEC 55 pelo senado federal na última terça-feira (13).
O que fica evidente não é a “perda” do “objeto da contestação”, mas a completa capitulação do ANDES-SN e, portanto da CSP-Colutas e do PSTU que sequer conseguem fazer uma avaliação concreta da conjuntura política e econômica nacional e internacional em face da crise econômica do modo de produção capitalista. Dessa forma, não deve causar admiração que não lutem contra o golpe que se desenvolve no país, pois sua tese não é diferente da que propaga a imprensa cartelizada de direita, ou seja, de que não há golpe no Brasil. Por sinal, essa sempre foi a orientação geral do PSTU, das organizações que controla e dos satélites que orbitam em torno da sua política que culminaram, por exemplo, na defesa do golpe de Estado do Egito, da Ucrânia e agora no Brasil.
Nesse sentido, claro está que a luta isolada contra as medidas e projetos do governo golpista não levará a outra coisa que não à capitulação e à derrota inevitável das mobilizações de greve e ocupações, pois ainda que uma medida fosse barrada nada impediria que outra ainda pior fosse colocada em prática. Dessa forma, é preciso concentrar todos os esforços na luta implacável contra o golpe e contra o governo golpista para pôr fim de uma vez por todas ao atual plano de “ajustes fiscais” que visa fazer com que todos os trabalhadores paguem a contra a crise pela via da destruição dos serviços públicos com sua inteira privatização, através da reforma trabalhista e previdenciária e, claro, com a demissão em massa de trabalhadores do setor privado e público.