21 de janeiro de 2017

Estudantes da UNIFAP Denunciam Perseguição Política por Parte da Reitoria Após Ocupação


Marcado por greves, atos e ocupações, o ano de 2016 ainda rende repressão e perseguição política contra estudantes e trabalhadores que se colocaram de forma independente na linha de frente da luta e da resistência contra o governo de Michel Temer (PMDB), seus projetos e planos de ajuste fiscal, tal como fizeram os estudantes da Universidade Federal do Amapá (UNIFAP) que iniciaram em novembro daquele ano uma combativa ocupação da reitoria que tem despontado retaliações aos integrantes do movimento.
Em nota publicada na página do facebook do espaço de vivências Oca Kiriri nesta sexta-feira, 20, estudantes da UNIFAP denunciam a repressão institucional de caráter nitidamente fascistoide levada a cabo pela reitoria, claramente motivado pela atuação efetiva do movimento estudantil independente não apenas no ato de ocupação, mas também em sua ação cotidiana efetiva de denúncia da atual gestão da universidade comandada pela reitora Eliani Superti. Leia a nota na íntegra:
NOTA
Não surpresos, estudantes e trabalhadores recebem a informação de mais uma tentativa por parte da Reitoria da Universidade Federal do Amapá de cercear a atuação daqueles que se levantam contra o estado de abandono da Universidade e as políticas de sucateamento da educação pública em todas as esferas.
Desta feita, a invertida intimidatória da gestão Eliani Superti materializa-se em uma escabrosa ação de reintegração/manutenção de posse ajuizada em face de 16 ESTUDANTES, dentre os quais nomes de companheiros arrolados como réus que sequer estiveram presentes na ação de fechamento dos portões da universidade ocorrida na manhã do dia 22/11/2016, o que tão logo revela a premeditação da ação da reitoria no sentido de criminalizar os estudantes.
Tal medida, além disso, escancara ainda mais à comunidade acadêmica e à sociedade em geral o trato genuinamente repressor da atual administração da UNIFAP dispensado aos movimentos sociais e se caracteriza como mais uma tentativa de retaliação desse regime neofascista frente ao recente e mais duradouro movimento de ocupação pacífica e independente daquela universidade ocorrido no ano passado, no âmbito da luta nacional contra as medidas propostas pela PEC 55.
Os estudantes arrolados na ação impetrada pela reitoria da UNIFAP vem a público manifestar o mais profundo repúdio ao que se configura como perseguição institucional travada pelo clã que atualmente dirige a Universidade e pondera que não se deixará intimidar por essa ou qualquer outra medida de retaliação partida do regime de caça de direitos que hoje vigora na Universidade Federal do Amapá.
 Macapá, 20 de dezembro de 2017.
Diante de tamanho quadro de retaliação e criminalização da luta, também é digno de nota o completo silêncio por parte do DCE (Diretório Central dos Estudantes) e dos CAs (Centros Acadêmicos) da UNIFAP, hoje aparelhados por elementos ultraoportunistas que, na prática, configuram-se num braço da reitoria em meio ao movimento estudantil e, portanto, uma burocracia acadêmica a ser superada de forma independente pelos estudantes que precisam retomar essas entidades para sua própria luta.
Nesse sentido, é preciso que os estudantes em seu conjunto, isto é, o setor majoritário e mais progressista, assim como suas entidades de base e coletivos de luta se pronunciem, denunciem e repudiem energicamente toda e qualquer forma de perseguição política ou de repressão por parte da reitoria da UNIFAP contra os integrantes do movimento de ocupação, visto que a perseguição política empreendida contra 16 estudantes é uma ação reacionária concreta contra absolutamente todos os estudantes que não visa outra coisa que não seja instalar um regime de exceção no interior de uma universidade pública no sentido de criminalizar a histórica luta do movimento estudantil, cassando inicialmente um direito, o de livre manifestação num espaço que deveria ser democrático, para depois cassar todos os demais.

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