Servidores da Companhia de Eletricidade do Amapá (CEA) realizaram um ato na manhã desta terça-feira (11) contra a privatização da empresa, promovido pelo governo federal com total apoio do governo do estado do Amapá, assim como contra as demissões que esse processo trará à categoria e ainda, o inevitável aumento da tarifa de energia elétrica que atingira frontalmente à população.
O ato ocorreu em frente à companhia e contou com a participação significativa da categoria que denunciou a tentativa de entrega da empresa a grupos privados que buscam exclusivamente o lucro e que já anunciaram o aumento da tarifa após o processo de privatização, tal qual o não aproveitamento do quadro de servidores da CEA, ou seja, a demissão desses trabalhadores.
A privatização da CEA tem como base a aprovação do relatório da Medida Provisória (MP) 735/216 que trata das concessões de geração, transmissão e distribuição de energia a empresas privadas sem qualquer garantia de emprego para os funcionários que já trabalham sob o regime específico do serviço público, sendo comum nesses casos, a demissão de trabalhadores, posto que as empresas concessionárias já assumem as empresas estatais com quadro completo de funcionários a um custo infinitamente menor e, portanto, um quadro velado de exploração, péssimas de condições de trabalho e direitos extremamente precários.
Com o advento do golpe de Estado, uma das medidas adotadas pela direita e pelos golpistas é justamente a entrega do patrimônio público para o capital financeiro para garantir os lucros dos capitalistas no contexto político e econômico da crise mundial do capitalismo, razão pela qual as ofensivas contra os direitos dos servidores da CEA e do conjunto da classe trabalhadora vão de encontro à política reacionária de fazê-los pagar inteiramente a conta da bancarrota dos grandes monopólios.
De certo, a privatização das empresas públicas é apenas um eixo do processo em andamento do golpe que visa garantir também as reformas trabalhista e da previdência, além da demissão em massa de servidores públicos, como efetivamente ocorre nos casos das privatizações de estatais, deixando claro que a ofensiva geral é contra os direitos da classe trabalhadora e contra suas condições de vida que em face do plano de “ajustes fiscais” da direita.
Para reverter o processo de entrega da CEA e de outras empresas estatais é preciso enfrentar o golpe que é, de fato, o elemento propulsor dessa política de ordem neoliberal no atual cenário político, isto é, derrotar esse e outros ataques só será possível com mobilização em massa dos trabalhadores nas ruas e, portanto da greve geral, já que a privatização é somente um ensaio para ataques ainda mais duros contra todo o conjunto da classe trabalhadora no Amapá e no restante do Brasil.